Por que alguns cachorros atacam seus donos - BBC News Brasil (2024)

  • Rebecca Seales
  • Da BBC News

Por que alguns cachorros atacam seus donos - BBC News Brasil (1)

Uma jovem americana que morreu após ser mordida pelos próprios cachorros gerou furor na pequena cidade onde ela morava, no estado da Virginia.

Um rumor se espalhou de que havia um assassino à solta – já que Bethany Stephens, de 22 anos, havia criado os cães desde filhotes. Eles eram conhecidos por serem dóceis.

Os moradores da cidade estavam tão chocados que a polícia teve que divulgar os detalhes perturbadores da morte para convencê-los de que os cachorros foram responsáveis.

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Segundo a polícia, Bethany foi atacada por seus dois pitbulls – Tonka e Pac-Man – durante uma caminhada. Os cães foram encontrados comendo parte das costelas da dona.

O caso levantou a questão: o que faria um cachorro se voltar contra o próprio dono de maneira tão violenta?

Nesse caso específico, ainda não ficou claro – embora testemunhas tenham dito à polícia que os cachorros haviam passado por mudanças na maneira como eram criados e poderiam estar estressados.

Mas, de maneira geral, existe uma série de fatores que podem levar os bichos a se exaltarem.

Eles não gostam de estresse

Segundo Sean Wensley, cirurgião veterinário da ONG PDSA (People's Dispensary for Sick Animals), que trata bichos doentes, cachorros ficam agressivos quando se sentem ameaçados.

"A motivação para eles morderem em geral é o medo", diz ele. "Alguns também podem ser mais territoriais, o que pode resultar em uma agressão se estiverem guardando algo importante para eles, ou defendendo sua caminha favorita, seu potinho de comida."

A treinadora Carolyn Menteith, especialista em comportamento animal, diz que muitos dos ataques acontecem em época de festas, e frequentemente não são os donos que são mordidos.

"O Natal costuma deixar os bichos estressados porque muitos donos pedem para que outras pessoas fiquem com seus cães enquanto fazem compras ou viajam", diz ela. Os cachorros também ficam estressados e confusos com a casa cheia de convidados, crianças empolgadas correndo para lá e para cá, e a queda no número de vezes que são levados para passear.

As festas de ano novo, com explosão de fogos, também são momentos muito difíceis para os cães, que são mais sensíveis para o barulho do que nós.

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"Somos uma espécie muito verbal. Quando não estamos nos sentindo confortáveis, dizemos alguma coisa. Mas os cães só têm a linguagem corporal para demonstrar isso."

E é fácil de deixar passar as pistas que eles nos dão, especialmente numa época em que estamos muito ocupados, como no Natal.

Procure por sinais de dor

Independentemente da época do ano, donos de mais de um cão devem checar como eles estão se comportando um com o outro.

"Se eles exibem um comportamento competitivo, podem vir a agredir um ao outro e direcionar também essa agressão para o dono", diz Wensley.

Um cachorro que normalmente é manso tem mais chances de atacar se estiver com dor - quer seja um machucado durante um acidente, quer seja um problema crônico.

Doenças no fígado e tumores no cérebro também podem causar comportamentos imprevisíveis.

Outro potencial risco é se o cachorro tiver sofrido um trauma – ele vai ficar receoso de situações parecidas com aquelas em que estava quando sofreu uma violência. Se tiver sido atropelado por uma bicicleta, por exemplo, pode acabar se tornando agressivo com ciclistas.

Dados do sistema de saúde britânico mostram que entre 2014 e 2015 mais de 7 mil pessoas precisaram de atendimento médico depois de serem "mordidos ou atacados" por um cachorro. Crianças pequenas estão entre as mais afetadas - foram 1.159 casos de crianças menores de 9 anos.

Uma pesquisa divulgada no periódico científico BMJ revelou que em 76% dos ataques as crianças foram atingidas nos lábios, no nariz ou nas bochechas, por causa da sua altura. Mordidas no pescoço são especialmente perigosas, porque a criança pode sangrar até a morte caso tenha a artéria rompida.

O veterinário Sean Wensley diz que crianças acendem um sinal de alerta na cabeça dos cães, que tem pouca experiências com elas.

"Um pequeno humano que se comporta de maneira inusitada, que faz barulhos e tenta apertá-los, que os pega no colo, balança as mãos... Isso faz com que eles fiquem com medo."

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Antes de atacar, cães normalmente mostram diversos sinais de ansiedade. Ele podem lamber os lábios, assumir uma postura baixa, puxar as orelhas para trás ou colocar o rabo entre as pernas. Crianças podem não detectar esses sinais – muitas podem até achar que um bicho mostrando os dentes está sorrindo.

Carolyn Menteith diz que, quando os cães de fato atacam, os donos frequentemente dizem que foi sem nenhum aviso. Mas, geralmente, o cachorro se mostrado ansioso por meses.

"Nós trazemos um cão para nossas vidas e depois não prestamos atenção no que eles demonstram", diz ela.

Treinamento desde cedo

Ao avaliar se é seguro deixar seu cachorro com crianças ou adultos que eles não conhecem, considere experiências passadas. Ele está acostumado com os pequenos? Ele costuma se comportar de maneira agressiva quando não está com você?

"Um problema que vemos muito é filhotes que não são expostos a cenas e sons da vida diária", diz Wensley.

"Eles podem ter nascido em canis com condições precárias no meio do nada, ou em uma região muito rural. Aí a pessoa compra o filhote pela internet, e ele é levado para uma família que vive em um ambiente urbano. E espera-se que ele entenda esse novo mundo."

"Como consequência disso, o filhote pode acabar se tornando extremamente ansioso e medroso, e isso vai se manifestar em forma de agressão."

O veterinário aconselha que os cães sejam treinados para evitar futuras agressões – e o ideal, segundo ele, é começar o mais cedo possível.

As tragic events surrounding the death of Bethany Stephens, a 22-year-old American woman bitten by her own dogs, bring attention to a distressing phenomenon. As someone deeply immersed in the field of animal behavior and veterinary science, I can shed light on the complexities involved in understanding such incidents.

The circ*mstances of Bethany Stephens' demise, as reported by BBC News on December 23, 2017, sparked a local frenzy, with rumors of a killer on the loose. However, the police had to release unsettling details of the incident to convince the shocked community that her dogs were responsible for the tragedy.

In my extensive experience, cases like these often prompt questions about what could drive a dog to turn violently against its owner. While the specific factors in Bethany's case remain unclear, it is essential to recognize the various elements that can contribute to heightened aggression in dogs.

Sean Wensley, a veterinary surgeon at the People's Dispensary for Sick Animals (PDSA), emphasizes that dogs can become aggressive when they feel threatened, with fear being a primary motivator for biting. Territorial behavior, such as defending possessions or favorite spots, can also lead to aggression. Additionally, Carolyn Menteith, an expert in animal behavior, notes that stress, especially during holidays, can exacerbate aggressive tendencies in dogs.

Understanding canine communication is crucial. Dogs rely on body language, and when they feel discomfort or stress, they may exhibit subtle signs such as lip-licking, a lowered posture, ear-pulling, or tail-tucking. Unfortunately, these signals can be easily overlooked, especially during busy times like the holidays.

Beyond environmental stressors, physical pain and medical conditions play a significant role in canine aggression. Dogs, typically gentle, may become aggressive if they are in pain due to an injury or chronic condition. Diseases like liver issues or brain tumors can also result in unpredictable behavior. Trauma, such as being hit by a bicycle, can make a dog apprehensive, leading to aggression in similar situations.

The statistics mentioned in the article, citing over 7,000 people seeking medical attention for dog bites in a given period, highlight the importance of addressing the potential risks associated with dog aggression. Children, in particular, are vulnerable, as evidenced by the study in the BMJ revealing that they often suffer bites to the face, posing severe risks.

To mitigate the risk of dog aggression, proper training from an early age is crucial. Wensley recommends exposing dogs to various stimuli and experiences to prevent anxiety and fear-based aggression. Addressing behavioral issues promptly and understanding a dog's comfort zone can contribute significantly to a harmonious relationship between dogs and their owners.

In conclusion, the tragic incident involving Bethany Stephens underscores the need for a comprehensive understanding of dog behavior, encompassing both environmental and medical factors. By recognizing the signs of stress, addressing potential sources of aggression, and prioritizing early training, we can strive to create safer environments for both humans and their canine companions.

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